O coto umbilical é um dos aspetos que inquieta os pais aquando do regresso a casa, como tal, torna-se necessário desinfetar o coto umbilical para que assim se:
- Previna a infeção da ferida umbilical;
- Promova a queda do coto umbilical, espera-se que a queda ocorra na primeira semana após o nascimento contudo poderá estender-se até ao 15ºdia;
- Promover a cicatrização da ferida umbilical.
Concluiu-se numa meta-análise de 10 estudos, em 2004, que não existe diferença entre os cuidados de limpeza/lavagem ao cordão e a aplicação destes agentes na incidência da onfalite (infeção do coto umbilical). O mesmo esclarece uma revisão sistemática da base de dados de Cochrane.
Para além da necessidade de vigilância contínua, sabe-se que existe um risco aumentado de onfalite nos meios socioeconómicos mais baixos, sendo por este motivo mais indicado o uso de antissépticos nos cuidados ao coto umbilical. A sua aplicação permite controlar a colonização bacteriana do coto, embora atrase a sua queda.
Em suma, a aplicação de álcool a 70%, uma vez por dia, continua a ser um procedimento seguro e eficaz.
Para realizar este procedimento, apenas precisa de compressas e álcool a 70%; depois basta:
- Ambiente aquecido e sem correntes de ar;
- Lavar as mãos;
- Reunir e dispor o material necessário;
- Deitar o recém-nascido de barriga para cima;
- Expor o local de inserção do coto umbilical;
- Vigiar sinais de infeção;
- Rubor peri-umbilical;
- Edema peri-umbilical;
- Cheiro Fétido;
- Exsudado: Hemático/Sero-hemático/Seroso/Purulento;
- Vigiar aspeto do coto umbilical;
coto gelatinoso |
coto mumificado |
- Desinfetar o coto umbilical:
- Aplicar álcool a 70º na compressa esterilizada;
- Segurar o clamp com o dedo indicador e polegar; não tenha medo este passo não provoca dor ao bebé. Se este chorar é apenas pelo desconforto provocado pelo frio. A mesma compressa não passa pelo mesmo local 2 vezes;
- Limpar desde o local de inserção para o clamp (em movimentos circulares).
- Colocar a fralda abaixo do coto umbilical.
- Lavar as mãos e arrumar material.
Bibliografia
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Por:
VALENTE, Maria Teresa Loureiro Nazaré[1], GONÇALVES, Andreia Monteiro[2]
[1] Professora-Adjunta e Coordenadora do Ensino Clínico: Pediatria, CLE,4.ºAno da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP).
[2] Estudante do Ensino Clínico: Pediatria, CLE, 4.ºAno da ESEP
Por:
VALENTE, Maria Teresa Loureiro Nazaré[1], GONÇALVES, Andreia Monteiro[2]
[1] Professora-Adjunta e Coordenadora do Ensino Clínico: Pediatria, CLE,4.ºAno da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP).
[2] Estudante do Ensino Clínico: Pediatria, CLE, 4.ºAno da ESEP