quinta-feira, 30 de julho de 2015

Cólica no recém-nascido

A cólica caracteriza-se por uma dor abdominal que provoca distensão abdominal e que faz com que o recém-nascido apresente um choro gritado, fique com o rosto ruborizado, feche as mãos, vire a cabeça para os lados e coloque as costas em flexão sobre o abdómen. Apesar de ser comum nos recém-nascidos, a cólica é uma condição transitória que, por norma, se resolve ao 3º ou 4º mês de vida e não está relacionada com nenhuma patologia nem com maus cuidados por parte dos pais.
Embora a etiologia da cólica seja desconhecida, há alguns fatores que podem predispor a sua ocorrência, tais como: 

  • Aerofagia excessiva;
  • Nariz tapado no momento em que mamam;
  • Má pega;
  • Orifício da tetina demasiado grande para o recém-nascido;
  • O fato de o recém-nascido chorar provoca uma maior deglutição de ar, que será acumulado no estômago, provocando acumulação de gases;
  • Ausência/dificuldade na eructação no final da refeição;
  • Alergia à lactose (presente no leite adaptado);
  • O facto de a mãe não permitir que numa mamada o lactente ingira a quantidade de gorduras que necessita devido a uma troca de mama cedo demais;
  • A dieta da mãe (consumo de refrigerantes, café e álcool);   
  • O consumo de tabaco.

Tratando-se de uma situação que provoca desconforto ao recém-nascido, existem algumas medidas de alívio que podem ser postas em prática pelos pais:

  • Efetuar massagem abdominal para facilitar a expulsão de gases, seguindo o trajeto natural dos intestinos: pressionar suavemente do canto superior direito do abdómen até à espinha ilíaca direita, desenhando pequenos círculos, após completar esse grande círculo no abdómen, voltando ao ponto inicial. Estes movimentos podem ser repetidos tantas vezes quantas necessárias para acalmar o recém-nascido.
  • Massagem: com o recém-nascido deitado em decúbito dorsal (de barriga para cima), movimente suavemente as suas pernas, imitando o movimento de “pedalar”, fazendo ligeira pressão sobre o abdómen, com os joelhos do recém-nascido.
  • Promover a eructação, colocando o recém-nascido em decúbito ventral ou em posição ereta (em pé).
  • Promover o relaxamento do seu recém-nascido:
  • Colocá-lo sobre os joelhos contra o seu peito ou em decúbito ventral (com a barriga para baixo), com um saco quente (de sementes);
  • Dar banho com água morna;
  • Colocar o recém-nascido em contacto pele-com-pele;
  • Passear no carro;
  • Ou oferecer a chupeta.


BIBLIOGRAFIA

HOCKENBERRY, Marilyn & WILSON, David – Wong, Enfermagem da criança e do adolescente. 9ª Ed. Loures: Lusociência, 2014.
KOSMINSKY, F. S.; KIMURA, A. F. – Cólica em recém-nascido e lactente: revisão da literatura. Rev. Gaúcha Enferm. Vol. 25, n.º 2 (Agosto 2004), p.147-56.
MURAHOVSCHI, Jayme – Cólicas do lactente. Jornal de Pediatria. Vol. 79, n.º 2 (2003), p. 101-102.

Valente, Maria Tereza Loureiro Nazaré[1]; Brito, Catarina Cunha[2]
[1] Professora-Adjunta e Coordenadora do Ensino Clínico: Pediatria, CLE, 4.ºAno da ESEP
[2] Estudante do Ensino Clínico: Pediatria, CLE, 4.ºAno da ESEP, ano letivo 2013/2014

Segurança e prevenção de acidentes no 1.º ano de vida

Os bebés não conseguem antecipar acidentes e perigos a que podem estar sujeitos. Os pais são responsáveis pela antecipação das dificuldades e pela segurança. Os acidentes podem ser graves e irreversíveis. É por isso que temos que adquirir hábitos seguros desde o primeiro dia de vida.
Opina-se que durante o primeiro ano de vida, os bebés “só comem e dormem”. Os bebés crescem rapidamente e têm comportamentos que induzem riscos; estes começam a gatinhar, a agarrar-se às coisas e a virar-se.
Com o crescimento do bebé, cada objeto e o ambiente físico vão-se tornando cada vez mais desafiantes para este. Deste modo, torna-se crucial a tomada de medidas preventivas para o desenvolvimento seguro das crianças, nomeadamente em casa, local onde acontecem mais acidentes.
Face ao que anteriormente foi abordado, iremos sustentar algumas recomendações dirigidas “a todos os que cuidam de crianças”, alertando-os, assim, dos perigos mais comuns e que merecem a sua atenção e conhecimento.

Por favor clique no link: Prezi


BIBLIOGRAFIA    

CORDEIRO, Mário et al.. Vale a pena crescer em segurança. Associação para a Promoção da Segurança Infantil. 5.ª Edição, 2009.
Associação para a Promoção da Segurança Infantil. Conhecer para melhor proteger . s/data.
Direção-Geral da Saúde. Plano de ação para a segurança infantil. 2012.
Direção-Geral da Saúde. Saúde infantil e juvenil programa-tipo de atuação infantil. 2.ª Edição, 2005.
Direção-Geral da Saúde. Programa nacional de prevenção de acidentes, 2010-2016. 2010.


VALENTE, Maria Teresa Loureiro Nazaré[1], VIEIRA, Filipa Isabel Cardoso[2]
[2] Estudante do Ensino Clínico: Pediatria, CLE, 4.ºAno, 2014/2015, ESEP.
[1] Professora-Adjunta e Coordenadora do Ensino Clínico: Pediatria, Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP).
   

Desinfetar o coto umbilical do recém-nascido

O coto umbilical é um dos aspetos que inquieta os pais aquando do regresso a casa, como tal, torna-se necessário desinfetar o coto umbilical para que assim se: 
  • Previna a infeção da ferida umbilical; 
  • Promova a queda do coto umbilical, espera-se que a queda ocorra na primeira semana após o nascimento contudo poderá estender-se até ao 15ºdia; 
  • Promover a cicatrização da ferida umbilical.
Estes cuidados devem ser realizados 1 vez por dia ou sempre que haja presença de fezes, urina ou seja recomenda-se que este seja mantido limpo e seco, sendo que hoje em dia defende-se que não deve ser coberto com a fralda ou faixa. No entanto, continua por esclarecer a necessidade de utilização de antissépticos ou apenas a limpeza com soro fisiológico. 
Concluiu-se numa meta-análise de 10 estudos, em 2004, que não existe diferença entre os cuidados de limpeza/lavagem ao cordão e a aplicação destes agentes na incidência da onfalite (infeção do coto umbilical). O mesmo esclarece uma revisão sistemática da base de dados de Cochrane.

Para além da necessidade de vigilância contínua, sabe-se que existe um risco aumentado de onfalite nos meios socioeconómicos mais baixos, sendo por este motivo mais indicado o uso de antissépticos nos cuidados ao coto umbilical. A sua aplicação permite controlar a colonização bacteriana do coto, embora atrase a sua queda.
Em suma, a aplicação de álcool a 70%, uma vez por dia, continua a ser um procedimento seguro e eficaz.
Para realizar este procedimento, apenas precisa de compressas e álcool a 70%; depois basta:
  • Ambiente aquecido e sem correntes de ar;
  • Lavar as mãos;
  • Reunir e dispor o material necessário;
  • Deitar o recém-nascido de barriga para cima;
  • Expor o local de inserção do coto umbilical;
  • Vigiar sinais de infeção;
  • Rubor peri-umbilical;
  • Edema peri-umbilical;
  • Cheiro Fétido;
  • Exsudado: Hemático/Sero-hemático/Seroso/Purulento;
  • Vigiar aspeto do coto umbilical;
coto gelatinoso
coto mumificado







  • Desinfetar o coto umbilical:
    • Aplicar álcool a 70º na compressa esterilizada;
    • Segurar o clamp com o dedo indicador e polegar; não tenha medo este passo não provoca dor ao bebé. Se este chorar é apenas pelo desconforto provocado pelo frio. A mesma compressa não passa pelo mesmo local 2 vezes;
    • Limpar desde o local de inserção para o clamp (em movimentos circulares).
  • Colocar a fralda abaixo do coto umbilical.
  • Lavar as mãos e arrumar material.

Bibliografia

BELFRAGE, E. et al.; Comparative efficiency of chlorhexidine and ethanol in umbilical care. Scan J of Inf Dis, 1985.
CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMEIRAS – Classificação internacional para a prática de enfermagem (CIPE/ICNP). Versão 1.0. Ordem dos Enfermeiros, 2005.
DARMSTADT, G. L; DIMULOS, J. G. Neonatal Skincare. Pediatric Clin North Amer (2000); 47(4): p.757-82.
DUARTE, C.; SALGADO, M. - Uma atualização- Saúde Infantil (2000); 22(3):p. 73-5.
GOLOMBEK, S. G.; BRILL, P. E.; SALICE, A. L.; Randomized trial of alcohol versus triple dye for umbilical cord care. Clin Pediatr (Phila), 2002.
HOCKENBERRY, M; WILSON, D.; WINKELSTEIN, M. Wong. Fundamentos de Enfermagem Pediátrica. 7ª Edição. Rio de Janeiro. Mosby – Elsevier. (2006).
JANSSEN, P.A.; SELWOOD, B. L.; DOBSON, S. R., et al.To dye or Not to Dye: A Randomized, Clinical Trial of a Triple Dye/Alcohol Regime Versus Dry Cord Care. Pediatrics (2003); 111(1): p.15-20.
LOWDERMILK, D.; PERRY, SHANNON, E. Enfermagem na maternidade. 7ª ed. Lisboa Lusodidacta.: Artemed. (2008).
OMS. (1998). Care of the umbilical cord: a review the evidence [Em linha]. [Consult. a 13 de Julho de 2012]. 
PALAZI, Debra L.; BRANDT, Mary L Care of the umbilicus and management of umbilical disorders. (2010).
SIEGRIED, E. C. - Neonatal skincare and toxicology. In: Eichenfield, L. F.; FRIEDEN, I. J.; T.. Texbook of Neonatal Dermatology. Philadelphia: WB Sauderes. 2002. p. 62-72 
SILVA, Ana Cristina Figueiredo Correia. Cuidar do recém-nascido: o enfermeiro como promotor das competências parentais. Lisboa: Universidade Aberta. (2006).
ZUPAN, J.; GARNER, P. Topical umbilical cord care at birth. Cochrane Database Syst Rev. (2000).

Por:
VALENTE, Maria Teresa Loureiro Nazaré[1], GONÇALVES, Andreia Monteiro[2]
[1] Professora-Adjunta e Coordenadora do Ensino Clínico: Pediatria, CLE,4.ºAno da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP).
[2] Estudante do Ensino Clínico: Pediatria, CLE, 4.ºAno da ESEP


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Dia Mundial da Criança

As Crianças

E uma mulher que trazia um menino ao colo disse:
-Fala-nos das Crianças.

E ele respondeu:

- Os vossos filhos não são vossos filhos: são filhos e filhas do chamamento da própria VIDA.

Vêm por vosso meio mas não de vós; e apesar de estarem convosco, não vos pertencem.

Podeis dar-lhes o vosso amor; mas não os vossos pensamentos: porque eles têm pensamentos próprios.

Podeis acolher os seus corpos; mas não as suas almas: porque as suas almas habitam a casa de amanhã que não podeis visitar, nem sequer em sonhos.

Podeis esforçar-vos por ser como eles; mas não tenteis fazê-los como vós. Porque a vida não vai para trás, nem se detem com o ontem.

Sois os arcos, e os vossos filhos as setas vivas projetadas.

O Arqueiro vê o alvo no caminho do infinito,
E reteza-vos com o seu poder
Para que as setas possam voar depressa para longe.

Que a vossa tensão na mão do Arqueiro seja de alegria.

Porque assim como ele gosta da seta que voa,
Também gosta do arco que fica.

                                                                                                  Poema de Kahil Gibran In: O Profeta

domingo, 17 de maio de 2015

O Olhar do Bebé


 
 

"O bebé, nos primeiros tempos de vida, só é capaz de focar bem objetos a cerca de 20 cm de distância...

...o bebé quando nasce ou quando ao colo da mãe para mamar olhe preferencialmente para os olhos, para o claro-escuro da iris e esclerótica, da pálpebra, da sobrancelha e, também, para o movimento, desde o pestanejar à motilidade labial...

A génese do vínculo está indubitavelmente ligada, de facto, ao jogo visual...

Cada período de brincadeira começa invariavelmente com a mãe e o bebé a tentarem "agarrar" o olhar um do outro."
                                             Gomes Pedro In: Caderno do Bebé, pag 14-15

Crianças Felizes

O guia para aperfeiçoar a autoridade dos pais e a autoestima dos filhos

Livro à venda na wook por 14.40€

Dicas práticas muito interessantes baseadas na parentalidade positiva.

domingo, 22 de março de 2015

Boas Vindas

Bem vindo(a) a este blogg sobre Saúde Infantil!

Com a edição deste blogg concretiza-se mais um passo na implementação da Rede de Enfermagem de Saúde Infantil (Rede ENSI) em Portugal.

Este blogg disponibiliza informação credível e atualizada em Saúde Infantil, dirigida a pais, e distribuída pelas diversas páginas.

A página "Sugestões" é para que possas sugerir temáticas que gostasses de ver aqui tratadas, formulares questões ou qualquer outro assunto que te pareça pertinente. FAZ USO DELE!

Podes partilhar nas tuas redes sociais toda a informação que aqui é disponibilizada.

Esperamos que seja útil!

A Rede ENSI!